Sobre a falsidade

 

As rosas de plásticos são
Tão reais
Se não olhadas com cuidado.
Suas lágrimas são secas
Como as de quem chora
Numa cena de teatro.

É perigoso sonhar, “Bela Adormecida”,
É inútil viver de um conto-de-fadas:
O príncipe encantado, na verdade,
É um sapo
Que reveza duas caras
A cada meia-noite.
 
Bom seria se mordesse um pedaço da maçã
Com um pouco de veneno que
Te mate de tesão
E te mostre o paraíso
De Eva e Adão em
Verdade nua e crua
E o seu “felizes para sempre”
Não dure só alguns minutos.